domingo, 28 de novembro de 2010

Pra entender

Às vezes e por muitas vezes a racionalidade ou a vontade de dar explicações e razões a tudo nos tira do caminho da felicidade e da satisfação.

Nessa ideia de organizar pensamentos e sensações vamos nos deixando levar por essas sistematizações e vamos podando nossas alegrias e ficando cada dia mais frios e vazios de vida.

Há pouco me dei ao direito de soltar-me das amarras da responsabilidade. Simplesmente deixei a alegria me invadir.

Comecei a rir, a gargalhar, a ter vontade de viver outra vez.

Tudo isso de forma muito simples, por músicas, piadas idiotas... mas que eu achei o máximo! Simplesmente assim.

Sem discursos elaborados, sem a armação glamurosa de uma noite de festa.

Voltei a acreditar que a alegria está na simplicidade, nas pequenas coisas, no sorriso escancarado. E isso é incrível.

O importante hoje é que eu vivi!

Canção do dia: Pose – Engenheiros do Hawaii

Amor Azul

Era uma mistura de saudade e desilusão.

Geralmente eram esses os sentimentos que ficavam quando eles se viam ou se falavam de modo casual. No vai- e- vem (com ou sem hifem) das músicas e palavras descobriam que ainda eram os mesmos corações de outrora e que sempre se pertenceram de algum modo.

Passava o tempo, tudo passava e a única coisa que parecia permanecer era a amizade, um tipo de amor mais azul, longe do vermelho paixão ou do cinza tristeza com os quais eles já haviam colorido a vida.

Bastava olhar.

Ao permitir que seus olhos se cruzassem de modo mais profundo, sabiam que era naquele olhar que estavam todas as coisas que precisavam. Eram eles “a pessoa errada” de cada um, aquele caso de amor que nunca na vida deles iriam esquecer, mas que por alguma razão eles ainda preferiam a solidão.

Ou fechar-se em si mesmos. Eles é que sabiam o que sentiam. Eu só captava aquilo que me permitiam.

E era isso o que eu via : um amor azul, com aquela cara de “convivência de amizade apaixonada” com um pezinho na melancolia.

Canção do dia: Quase um segundo - Cazuza

domingo, 14 de novembro de 2010

Novos horizontes

Sensação confusa...parece que tudo quer caber na minha cabeça, mas o espaço é tão pequeno. Fico olhando pela janela querendo ver no espaço entre as nuvens um caminho pra chegar a solução. Muito barulho por nada... e tanto silêncio que até dói. Eu não sei o quê eu tô fazendo, mas sei que mais cedo ou mais tarde será hora de fazer algo mais significativo. Dar sentido as coisas, as pessoas e a tudo que rodeia minha vida.
Quebrar elos, reatar laços, fortalecer amores... renovar e recomeçar... exorcizar... rezar e amar...

Canção do dia: Taking back control - Sparta

domingo, 10 de janeiro de 2010

Menina

Ela sempre se comportou da mesma maneira. E acredito que se acomodou com a imagem que gostariam que tivesse.
Acabou caminhando em prol das intenções dos conhecidos, embora fosse criando uma distância daquilo que gostaria de ser.
Cresceu ouvindo que era graciosa, embora não soubesse o que de fato isso significava. Além disso ouvia que era isso, era aquilo, era tudo... e foi se cansando, sentindo vontade de não ser nada daquilo. Ouviu músicas que não gostava, freqüentou lugares que não apreciava, professou credos nos quais ela não confiava.
Levava uma vida dupla. Era uma moça-moeda; de faces diferentes. Era atriz. Era teatral. Fazia seu papel perante os olhos da perfeição desejada.
Não podia errar, não podia questionar, não podia não aceitar, não podia gostar, nem podia querer. Tudo era SIM para um mundo que não era o dela. Sabia que aquele mundo não era o dela e da certeza da existência de um contrário, ela desejava viver o contrário de uma vida inteira. Vivia encoberta pela máscara de um sorriso que nem de longe era o melhor que ela podia dar. Sorria para promover os dentes.
Mergulhada nesse mundo e sem direito a um bote para salvar sua vida, abraçou a tristeza de ser o que gostariam que fosse e, quase que de forma salvadora, reconheceu por trás desse abraço a face que realmente era a dela.
Ela era aquilo que não queriam que fosse. Era força e determinação. Era crítica. Era voraz. E nisso, nesse encontro com contrário da imagem, viu sua alma.
E ficou feliz por isso. Ficou feliz porque descobriu que há tempos não era aquela casca enfeitada. Ela encontrou sua verdade quando teve coragem de perguntar para si se de fato era aquilo que a fazia feliz.
Sentiu-se viva quando questionou. Era a primeira vez que vivia. E sorriu. Livre.
Despiu-se e foi viver. Dispensou os enfeites, as convenções e as conveniências.
Calçou o tênis, abraçou a simplicidade e saiu.
Canção do dia: Últimos dias - Kiara Rocks